A origem do Dia Nacional da Consciência Negra - FMP - Fundação Escola Superior do Ministério Público

Em 1695, Zumbi dos Palmares foi morto após uma emboscada realizada por uma expedição portuguesa no Quilombo dos Palmares. Em razão da organização social quilombola, Zumbi garantia a segurança daqueles que moravam em Palmares e se tornou um símbolo de resistência para os negros e escravizados da época.

Três séculos depois do assassinato de Zumbi, na segunda metade dos anos 70, se descobriu o dia 20 de novembro como a data exata da sua morte. Assim, em 1971, o professor e poeta gaúcho Oliveira Silveira, por ocasião da formação do Grupo Palmares, o qual ajudou a fundar, sugeriu a instituição da data como símbolo da resistência do povo negro e reconhecimento da contribuição da população negra para a formação da cultura brasileira.

A criação da data visava também se opor ao ato abolicionista de 13 de maio de 1888, data em que foi assinada a Lei Áurea, uma vez que, naquela ocasião, entende-se que foi concedida uma “falsa liberdade”, tendo em vista que a população, agora ex-escravizada, foi deixada à própria sorte, sem nenhuma previsão de assistência do poder público.

Assim, a data foi oficialmente incluída no calendário nacional em 2011, através do Decreto Lei n° 12.519, o qual instituiu o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. O reconhecimento da importância da data também havia sido efetivado através da Lei Federal 10.639/2003, a qual incluiu o “Dia Nacional da Consciência Negra” no calendário escolar, determinando que o ensino da cultura afro-brasileira faça parte do currículo escolar em todo o país, de forma a ensinar a dimensão da contribuição do povo africano e afro-brasileiro na formação da nossa sociedade.

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Nova discussão

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que injúria racial se equipara ao crime de racismo. A proposta entrou em votação no Plenário do Senado, que aprovou o projeto no dia 18/11 e agora segue para análise da Câmara dos Deputados. A ideia é alinhar a legislação conforme definição do STF. 

O projeto é do senador Paulo Paim, que alegou em discurso no dia 3/11 que o preconceito é uma realidade no Brasil e afasta a ideia de democracia racial no país.

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A FMP acredita que uma democracia racial está diretamente conectada à meta da Organização das Nações Unidas (ONU) em alcançar o desenvolvimento sustentável em todas as áreas da sociedade. No objetivo de nº 10, a redução das desigualdades, a missão é acabar com todas as formas de discriminação e preconceito, bem como eliminar os tipos de violência contra raça e etnia e propor uma sociedade mais equitativa e plural.                                                                           

            

 

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