O filme "Um Senhor Estagiário" e o Direito - FMP - Fundação Escola Superior do Ministério Público

O último encontro do Projeto de Extensão Cinema e Direito debateu o filme “Um Senhor Estagiário”, dirigido por Nancy Meyers, que fala dos desafios do início de um novo emprego e principalmente o retorno ao mercado de trabalho de um senhor de 70 anos. O encontro, mediado pela Profª. Joseane Schuck Pinto, recebeu o Prof. José Antônio Reich e trouxe algumas reflexões importantes acerca do conflito de gerações, a busca pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a humildade.

Ben, personagem de Robert De Niro no longa metragem, está com 70 anos e reingressa no mercado de trabalho em uma start-up do mercado da moda – área a qual ele nunca esteve próximo. Sua chefe é a jovem Jules, de 30 anos, interpretada por Anne Hathaway. “É uma película muito rica. A sintonia entre os protagonistas foi um facilitador para que vários temas fossem colocados aos poucos no enredo, tanto de cunho trabalhista, quanto outros aspectos, como a questão social e as diferenças entre gerações”, comenta o Prof. Reich.

“Trazendo o filme para o ambiente acadêmico, percebemos que estamos muitas vezes em um gap de gerações. Nós precisamos sempre nos reinventarmos, pois não acompanhamos a tecnologia da forma que a última geração acompanha – que nasce e já sabe manuseá-la com excelência. Nós, professores, não estamos aqui para jogar o conhecimento e sermos os detentores dele. Na verdade, também aprendemos muito e este exercício é uma via de mão dupla, já que a troca propicia os dois lados e faz quebrar uma barreira”, destaca a Prof.ª. Joseane.

Outro assunto abordado na live a partir da percepção do filme foi a ausência de políticas públicas para os aposentados no país. Enquanto em “Um Senhor Estagiário”, Ben vai atrás de um trabalho pela vontade de recomeçar e preencher um vazio existente, a realidade brasileira traz pessoas acima dos 60 anos que se aposentam, mas precisam continuar trabalhando para poder viver com estabilidade financeira – e encontram dificuldade de se recolocar no mundo dos negócios, devido o preconceito com a faixa etária. O Prof. Reich ressalta: “Devemos lembrar que nem todo aposentado retorna ao mercado de trabalho por um simples resgate de cunho pessoal. Viver com a aposentadoria, com raras exceções hoje, é algo que se possa permitir sem um complemento de renda. Muitos brasileiros, infelizmente, retornam ou nem saem do mercado por uma questão de necessidade”.

Assista o debate na íntegra:

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