Segundo uma reportagem veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 05/08, a rede social TikTok atrai e deixa à vontade crianças e adolescentes, por meio de vídeos curtos e desafios de dança. Entretanto, o baixo número de adultos na plataforma acarreta na dificuldade de mediar o que é publicado por lá, o que pode apresentar riscos para os menores.
Um exemplo é o caso do filho da cantora de forró Walkyria Santos. O menino, aos 16 anos, cometeu suicídio após a repercussão de um vídeo onde simulava beijar um amigo – os comentários maldosos agravaram o seu quadro de depressão, de acordo com manifestação de Walkyria via Instagram. “Meu filho fez uma brincadeira. Ele achou que as pessoas iriam achar engraçado, mas não acharam. Como sempre, estão destilando ódio, deixando comentários maldosos e meu filho acabou tirando a vida”, disse em um post.
Essa temática indica, de forma urgente, a necessidade de conscientização de uma educação digital. A parentalidade “4.0” exige dos detentores do poder familiar um olhar atento aos riscos que, infelizmente, hoje se encontram dentro dos lares das famílias.
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O TikTok anunciou mudanças importantes em 2021, com a privação de contas de menores de 16 anos, limitando o alcance das publicações. O aplicativo só aceita cadastros de adolescentes com mais de 13 anos, porém na prática existem aqueles que mentem a idade para criar sua conta.
Ainda na matéria do Estadão, o psiquiatra e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Guilherme Polancyk, ressalta: “Redes muito voltadas para a imagem, como o Tiktok, tem um potencial de aumentar a valorização do corpo, do ‘ter’. O corpo dos jovens nas danças do Tiktok é algo que os adolescentes gostariam de ter”.
Consequências graves como o caso do filho de Walkyria trazem uma reflexão acerca da facilidade de conexão na infância e quais critérios, parâmetros e espaços de proteção estão garantidos às crianças. É uma longa caminhada, pois quanto menores os titulares de direito, maiores são as preocupações e desafios.
A qualificação constante e uma postura colaborativa, empática e ética, além do afastamento de uma postura adultocentrista, são as ferramentas essenciais nas demandas que envolvam o interesse de crianças e adolescentes.