FMP Pelo Olhar da Aluna: Brenda Ipe - FMP - Fundação Escola Superior do Ministério Público

No segundo encontro da série Pelo Olhar do Aluno, recebemos Brenda Ipe, estudante do 9º semestre. Ela faz parte do Coletivo Antirracista Esperança Garcia (CAES) e contou um pouco de sua trajetória acadêmica e os ensinamentos que levará da instituição para a vida.  

O Supervisor de Comunicação da FMP, Fernando Zanuzo, mediou o bate-papo, que pode ser lido abaixo. Confira na íntegra:

 

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Como foi a criação do CAES? 

Iniciamos o coletivo no final de 2020, quatro colegas e eu. Sentimos que havia necessidade de trazermos o debate acerca das pautas raciais para dentro da academia. Nos juntamos e dialogamos com a faculdade e, logo na formação do CAES, fizemos um evento lindo em novembro, em celebração ao mês da consciência negra. Ao longo das férias recebemos inscrições de estudantes, pois queremos que a comunidade acadêmica da FMP esteja conosco para discussões contribuam nas opções de debates a serem realizados. 

faculdade deixou nas nossas mãos essa escolha do que entendemos ser uma pauta necessária. Conseguimos criar um diálogo bastante horizontal, o que é muito bom porque foi uma forma da instituição acolher nossas necessidades, sem nos apagar ou tomar a nossa frente – estamos andando lado a lado.  

Esse engajamento em outras atividades depende exclusivamente do aluno, não é? 

Sim, temos que valorizar o lugar que estamos. O ensino superior no Brasil ainda é para poucas pessoas, infelizmente. Acredito que temos que utilizar essas plataformas e tudo o que se oferece, abraçá-las e não perder a força de vontade. 

Sobre a sua trajetória, por que escolheu Direito 

Terminei o Ensino Médio em 2016 e queria ser professora. Cheguei a fazer 1 ano de licenciatura em outra instituiçãomas as circunstâncias do país me desencorajaram e desestimularam a continuar no curso, então resolvi cursar Direito. Meu pai é advogado e cresci estando nos espaços jurídicos junto ele, além de acompanhá-lo na OAB/RS, onde foi Presidente e hoje é Conselheiro Estadual. Eu sabia que dentro do Direito teria variadas opções que eu poderia me encontrar em alguma delas. 

 Quando a FMP surgiu na sua vida? 

Em dezembro de 2016, comecei a fazer o processo de vestibulares, e um amigo do meu pai me apresentou a FMP.  Entrei em 2017 decidi que iria aproveitar o primeiro ano de graduação para descobrir tudo o que a faculdade tinha para oferecer. Fiz grupo de pesquisa com o Prof. Anizio Gavião e laboratório de Iniciação Científica, onde descobri que amo pesquisa. Ia a muitas palestras também e, logo no primeiro ano, consegui metade das horas complementares. 

Dessa forma, tive uma direção melhor para escolher o meu primeiro estágio, o qual comecei em março de 2018. Nos semestres seguintes, fiz uma coisa ou outra: participei dos processos de monitoria, dos salões de Iniciação Científica… Aproveitei um monte.  

O que é diferente em nosso corpo docente? 

São professores e professoras que adotam de verdade o perfil de ser um educador. Entramos na graduação e estamos vinculados ao que vimos antesa escola, outro curso, trabalho Estamos sempre vinculados a coisas que passaram e precisamos nos acostumar paro que está vindo. Eles ajudam muito nessa adaptação, com calma e alguns conselhos para nós, para nos tornarmos independentes e criarmos autonomia. Sempre senti os professores muito acolhedores.  

E como está a organização para a prova da OAB? 

Lá pelo 7º semestre eu organizei como iria ser o meu final de curso. Então, decidi terminar primeiro o meu TCC e depois olhar com calma a etapa da OAB. Não só pela prova, mas por fazer uma revisão geral do curso, porque é muita coisa e preciso dar uma atenção especial.  

Já sabe qual é segmento do Direito que quer seguir? 

Quero fazer mestrado na área de Proteção à Criança e Adolescente, é a matéria que tem meu coração. Gostaria de seguir com a pesquisa nas questões raciais e gosto bastante do Direito de Família. Gosto dessa linha de ajudar as pessoas a resolver os seus problemas ou percebê-los. Creio que nossa cultura e sociedade não é muito atenta às prevenções e eu gosto de prevenir as coisas. 

Quero advogar também, mas meu grande sonho é me tornar professora universitária. Sinto que nasci para ensinar e quero isso para minha vida. 

O que gostaria de dizer como um recado final dessa conversa? 

Que não sou nada sem outras pessoas – e isso vale para tudo. Sou realmente muito grata por estar neste espaço e ser aluna da FMP, porque eu tive oportunidades de conhecer pessoas incríveis. Estou falando de professores e professoras que pegavam na nossa mão e puxavam a gente, o que me incentivou demais 

Os colaboradores também. Todas as vezes que eu estava angustiada com algo, sempre tinha uma resposta. Presencialmente ia lá na Assessoria Acadêmica para solucionar algo e podia conversar, pedir ajuda sem aquela conversa de “vai lá e olha no sistema”. 

Também conheci amigos e amigas excepcionais que quero levar para a vida. Sempre vou estar com um pedacinho da FMP em mim: o corpo docente que me ensinou muita coisa e os colaboradores que me acolheram muito. Sou muito grata por isso. 

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